sexta-feira, 22 de maio de 2009

Indagação para o fim de semana

Da afirmação à questão:

"(...) um corpo que se eleva tende à destruição (...)" ???
Hunter S. Thompson, Screwjack

sábado, 2 de maio de 2009

"Torna-te quem tu és"


Enquanto esperava no hall do Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina para assistir ao filme Fire, do bodyboarder havaiano Mike Stewart, perdia-me em reminiscências e considerações sobre a permanência de algumas coisas através dos tempos.

Há 21 anos atrás, quando eu ainda ensaiava as primeiras manobras, Mike Stewart já era unanimidade no circuito profissional de bodyboard. Nove vezes campeão mundial, foi eleito pela revista Surfer Magazine o melhor surfista de todos os tempos, mesmo sendo um bodyboarder. Pergunto-me se não seria o melhor atleta, já que, aos 46 anos, raríssimos esportistas continuam competindo.

Estreando no Brasil como parte da programação do Florianópolis Cine Action, evento que debateu a produção audiovisual de esportes de ação na natureza, Fire, o filme do bodyboarder produzido em conjunto com o cineasta Scott Carter, é antes de ser um filme de surf a biografia poética de Mike Stewart.

Filmada em 16 mm, com imagens feitas nos mais de 20 anos de carreira do atleta - algumas delas feitas pelo próprio Mike, com uma câmera acoplada na prancha - o vídeo levou cerca de 10 anos para ficar pronto. A trilha sonora é basicamente instrumental e muitas das músicas foram mixadas pelo produtor Scott Carter. As imagens passeiam na tela com um fundo sonoro que vai do trash metal ao Time do Pink Floyd, passando pelo reggae e bebendo na fonte da música clássica. Deslocam-se com uma intensidade que oscila entre a fluidez do mar e a agressividade da velocidade, indo do mar ao espaço estrelar até metaforizar o planeta em uma grande placenta humana.

Pensado e repensado, ele aborda a relação do homem com a natureza, sugerindo a descoberta de si mesmo a partir desta integração. Algo como uma expansão de consciência para a conexão com o todo. O filme reflete a concepção filosófica de vida do atleta, descoberta a partir da sua relação com o mar, nas suas próprias palavras: “quando você se liberta dos condicionamentos tem a chance de se conectar com aquilo que realmente é”. Fire é o fogo alquímico da transmutação.