sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Momento Lisergia

What keeps u busy?

E como o sono era grande os pensamentos não paravam de fluir. As resistências baixavam e a sexta-feira à noite era quase igual a uma segunda qualquer. Pensava ainda, por quanto tempo continuaria a dobrar a perna sobre a cadeira, toda vez que parava para visualizar o mundo que se abria na tela do computador. Mesmo que cansasse, mesmo que doesse, mesmo que o medo das varizes pela má circulação a aterrorizassem, ela continuava insistindo em fazer o mesmo. Rapidamente colocou os dois pés no chão. Deixou a coluna ereta como mandava o manual, para logo em seguida voltar a dobrá-las. Era quase uma obsessão. Já fazia isso em qualquer lugar: no ônibus, no banco da praça, quando ficava nervosa.
No quarto tocava um James Brown que ela nunca tinha conseguido ouvir inteiro. Uma hora de uma remixagem que se não fosse tão boa, cansaria. Mais uma vez ela não iria ouvi-lo inteiro.
Tinha chegado a uma conclusão: o amor não trai, mas também não se sente traído. Por que as pessoas, quando querem ficar juntas, insistem em se podar? Isso não dizia respeito a ela. Responder a questão também não era a sua missão do final de semana. Queria muito mais.