terça-feira, 27 de julho de 2010

Conte um conto

Funciona assim: a revista literária virtual Histórias Possíveis resolveu desafiar os leitores enviando uma imagem a partir da qual deveria ser escrito um conto. Eles já faziam isso, mas apenas com palavras. Agora o negócio literalmente mudou de figura.

A imagem da vez foi uma cena de um filme do Jean-Luc Godard, Bonde à Part, de 1964.


Aceitei o desafio e o resultado foi meu conto, "O lado escuro da Alma", publicado na edição 58 da revista.

Para maiores informações sobre como participar clique aqui.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

50 Cent X Simon Reynolds

Tudo bem, vamos lá. Não sei se já começou, se já acabou, nem sei se foi. Deve estar acontecendo o show do 50 Cent na Passarela Nego Querido, aqui em Florianópolis. Chove demais, tá frio, e não tem programa pior para assistir - do que esse tal de 50 Cent - numa baía que pega o vento sul de frente.

Dizem que ele anda mais sociável, precisando de menos seguranças do que um "gangsta" precisaria. Esta no Brasil, em um turne para divulgação de um cd que se chama "Before I self destruction" de 2009, e prepara outro chamado "Black Magic", baseado na soul music de Marvin Gaye e Curtis Mayfield. Não adianta. Adoro black music, qualquer uma, mas tem que ter "Ritmo".

Um show do 50 Cent remete diretamente para um texto do Simon Reynolds publicado na New Statesman em 1986. Crítico musical, Reynolds viveu uma era áurea para a opinião sobre o assunto. Escrevendo para diversos semanários e mensais, redige um texto que mistura o "no limits" de Lester Bangs com a fomalidade sociológica de Deleuze. Como resultado tem-se uma visão social da música, crítica bem separada nos dias de hoje do universo popular (capitalista soa muito chavão).

Bem, o texto. Em "Doente ou Doce: Hip-hop versus Indie Rock" Reynolds coloca o hip-hop como contestando o caminho que ele próprio segue: subir a qualquer preço, esbanjamento, sexo, violência, mulheres. Um gozo constante que camufla o autopreconceito.

Aí a gente começa a entender o porque o DJ do cara, o tal de Whoo Kid, faz declarações como as que fez. O que é difícil de entender são pessoas comprando uma realidade que não lhes pertence, como se fossem símbolo de status e sofisticação.
O que as músicas dizem não cabe a esse meio dizer, basta acessar o google e tirar suas próprias conclusões. Falta swing.

terça-feira, 13 de julho de 2010

"Dark Night of the Soul" - Sparklehorse, Danger Mouse & Lynch

Finalmente o "Dark Night of the Soul" atingiu a iluminação. Lengas lengas à parte (leia-se EMI),ontem foi oficialmente lançado o projeto multimídia de Mark Linkous (mentor do Sparklehorse e que se suicidou em março deste ano), Danger Mouse (Gnarls Berkley) e David Lynch. Sim, Lynch, o cineasta.
O álbum ficou pronto em 2009, mas a EMI levantou problemas jurídicos e o trabalho não foi lançado. Apesar disso as músicas já circulam na internet há um bom tempo, disponibilizadas pelos próprios autores.

Inspirados pela poesia mística de São João da Cruz, frade carmelita do século XVI e cujo livro dá nome ao trabalho, Linkous e Mouse fizeram as letras e chamaram para cantar nada menos que: Iggy Pop, Suzane Vega, Wayne Coyne (Flaming Lips), Gruff Rhys (Super Furry Animals), Jason Lytle (Grandaddy), Julian Casablancas (Strokes), Jason Mercer (Shins), Black Francis (Pixies), Nina Persson (Cardigans), e Vic Chesnutt. David Lynch juntou-se ao grupo com um livro de 100 páginas com fotografias inspiradas na letras e que refletem o universo denso das músicas.