segunda-feira, 19 de julho de 2010

50 Cent X Simon Reynolds

Tudo bem, vamos lá. Não sei se já começou, se já acabou, nem sei se foi. Deve estar acontecendo o show do 50 Cent na Passarela Nego Querido, aqui em Florianópolis. Chove demais, tá frio, e não tem programa pior para assistir - do que esse tal de 50 Cent - numa baía que pega o vento sul de frente.

Dizem que ele anda mais sociável, precisando de menos seguranças do que um "gangsta" precisaria. Esta no Brasil, em um turne para divulgação de um cd que se chama "Before I self destruction" de 2009, e prepara outro chamado "Black Magic", baseado na soul music de Marvin Gaye e Curtis Mayfield. Não adianta. Adoro black music, qualquer uma, mas tem que ter "Ritmo".

Um show do 50 Cent remete diretamente para um texto do Simon Reynolds publicado na New Statesman em 1986. Crítico musical, Reynolds viveu uma era áurea para a opinião sobre o assunto. Escrevendo para diversos semanários e mensais, redige um texto que mistura o "no limits" de Lester Bangs com a fomalidade sociológica de Deleuze. Como resultado tem-se uma visão social da música, crítica bem separada nos dias de hoje do universo popular (capitalista soa muito chavão).

Bem, o texto. Em "Doente ou Doce: Hip-hop versus Indie Rock" Reynolds coloca o hip-hop como contestando o caminho que ele próprio segue: subir a qualquer preço, esbanjamento, sexo, violência, mulheres. Um gozo constante que camufla o autopreconceito.

Aí a gente começa a entender o porque o DJ do cara, o tal de Whoo Kid, faz declarações como as que fez. O que é difícil de entender são pessoas comprando uma realidade que não lhes pertence, como se fossem símbolo de status e sofisticação.
O que as músicas dizem não cabe a esse meio dizer, basta acessar o google e tirar suas próprias conclusões. Falta swing.

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